quarta-feira, 25 de junho de 2008

Deus das Trevas

Oh Deus das trevas,
Porque não me salvaz da paz?
Porque não encurtas as rédeas?
Porque não queres as tuas minervas?

POrque é que agradeces com um não?
Porque é que lacrimejas fogo?
Porque e que dás tudo ao povo?
Porque é que eu rio e peço perdão?

Porque é que te peço, ó Deus?
O que é que te peço, ó Deus?
Como te peço, ó Deus?

Sou carne desfeita em mares de sangue
Sou olhos e coração de diamante
Sou nada. Sou eu.
Procuro o teu olhar, que se cruza com o meu.

Salto por entre as estradas
Precorro o fio de luz.
Vou à procura, vou vivendo
Vou cantando; mas nada me seduz.

As pedras rolam
Os violinos... oh, os violinos!
Tuas mão sedosas a tocá-los
Tu a embelezares-me com os teus mimos.

Mas não deixas de ser tu, Deus das trevas
Aquele temeroso fogo gelado
De quem as sereias têm medo
De quem os homens olham para o lado.

Dou-te a mão, no entanto
Porque não tens culpa de ser assim.
Deus acompanhante, deus do escuro
Deus de mim.

[Deus das trevas, ser-te-ei sempre fiel.]

1 maneiras de ver a coisa:

Anónimo disse...

Poema lindo! Como sempre nos habituaste! Vai passando pelo meu blog.