sexta-feira, 20 de abril de 2007

Doença do Amor

-Oh! Olha o circo!
Disse ela sem pensar.
-Anda cá, Chico!
Vêm todos a rodopiar!

-Deixa-me em paz, Mariana!
Respondeu ele, vidrado
-Estás a pensar na Ana?
Disse ela, virando-se para o lado.

-Não estou nada!
-Estás sim!
-Está calada,
Ou não respondo por mim!

-Deixa de pensar nela,
E vem ver o Circo passar!
Debruça-te na janela!
Olha aquelas! Já estão a brincar!

-Palhaços e mágicos
No mais puro divertimento
Nenhuns são trágicos.
Nenhum é agoirento.

-Não consigo, Mariana!
Não consigo ver!
-Estás cego?!
Consegues-te mexer?!

-Não é nada disso, linda!
Eu estou bem!
Só não consigo deixar de pensar
Nas qualidades que ela tem!

-Desculpa Chico,
Mas isso é doença!
Não brinques comigo!
Ou eu choro como uma criança!

-Se é uma doença,
Não a consigo descrever
Não vejo nada à minha volta
Nem me apetece bater!

-Não tenho febre,
Mas sinto-me como tal.
Em seguida, corro como uma lebre
Para depois me sentir mal.

-É amor, não há dúvida!
Disse Mariana, preocupada
Se pensas muito nela,
Ainda levas uma canelada!

-Ai és assim, sua parva!
Da próxima não te conto nada!
Vai ver o Circo, vai!
Sua criança mimada!

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