Hoje, procurei-te em mim.
Sentia falta de algo, de uma parte do corpo, mas não sabia qual. E não era o coração, pois essa já foi preenchida.
Foi preciso deitar-me na almofada, cheirar o cheiro de dormir, enroscar-me no quente fogoso dos lençóis e sonhar. Não adormeci, sonhei.
E eu era outro ser. Em vez de Loucura, tornei-me Tristeza e Amor. Tornei-me o Arco-Íris de mim. Estava numa estação de combóios, mas lá não haviam combóios. Sentei-me, então, no banco verde descascado, mas ele não aguentou comigo. Partiu-se. Da mesma forma que se partiu a parte do corpo que eu sentira falta. Agora, esperando o combóio, fitava a linha de caminho de ferro. Parecia-me uma estrada infinita, parecia-me o mundo em que eu vivia. Atraía-me misteriosamente. E cada vez me puxava mais para si, aquela linha. E puxava... e eu tentava ceder. Mas ela era mais forte do que eu. Eu não lhe conseguia resistir.
Até que saltei, agarrei-me a ela e chorei. Chorei tanto, que as minhas lágrimas formaram um rio. Formaram o maior rio de sempre. Vinha anunciada nos telejornais e nos jornais.
E o combóio chegou, e passou.
Fiquei eu ali, morta, à espera de acordar da realidade.
1 maneiras de ver a coisa:
sao momentos que nos fazem questionar se realmente sentimos isso, se nao passa de um sonho...acredito que haja um fundo de realidade nisso, no entanto, não faz de ti o que sonhaste ser...continuas a Loucura de sempre!!:)~
kiss
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