domingo, 29 de junho de 2008

Morte chorada

Se algum dia leres isto, amor
Sabes que toda a minha loucura é sal
É amarga como o limão
É o Bem envolto em Mal.

Cristalina lágrima que os meus olhos vomitam
Mal sabem eles o que aconteceu
Ao coração, seu amigo
Que, num rasgo de luz, o amor perdeu.

Disparo-me um tiro
Mas não morro por isso
Morro, sim, porque a beleza passou
Tornando-te frio e quebradiço.

Rogo ao vento para que me leve
Para que lamba a minha pele.
Rezo ao vento para que me embale
E saboreie os meus doces lábios como mel.

Entro em mim, enterlaço-me
Estou fria, nua.
No teu encalço vou, e mato-me
Desesperada por uma lágrima tua.

[a alguém que chora e pensa que não tem razão. A alguém que ama. A alguém que está nu. De tudo.]

2 maneiras de ver a coisa:

Joaquim Salgueiro disse...

Mais que um poema (:

Anónimo disse...

Lindo! Como sempre!