domingo, 20 de julho de 2008

Velas acesas 'a janela da casa branca

Durante horas, dias a fio, sonhva ter-te a meu lado. Sonhava com a noite em que dormiria ao teu lado, em que encostava a cabeca a ti e ouvia o bater do teu coracao. Eras o homem perfeito que vagueava na minha mente. Tantas vezes esperei por ti. Tantas, que ja' lhes perdi o conto.

Naquela altura, as pessoas diziam-me "a vida e' uma merda". E eu acenava que sim, que e' verdade, vivemos numa treta de vida, sim; faltava-me qualquer coisa, faltava parte de mim, metade do meu corpo morrera e a outra parte sobrevivera, nem eu sei como.

E cada vez que me deitava para adormecer, sonhava contigo.
Nao tinhas cara nem corpo. Tinhas, mas nao pensava nisso. Tinhas de ser correcto comigo, tinhas de conseguir riscar as partes ma's da minha vida, tinhas de me fazer sentir u'nica, bem comigo mesma.

Desisti.

Nao desisti de ti, meu amor. Nao. Desisti de pensar que tu tinhas de ter aquelas qualidades para me fazeres sentir bem. Se era isso que eu procurava, eu ia encontra'-lo.
E encontrei.
Esmurrei-me, e depois tratei da frida com carinho, como se estivesse a tratar outra pessoa.

Agora, eu sou tu, tu e's eu. Fundimo-nos num so'.
E no entanto, nem existes.

3 maneiras de ver a coisa:

Joaquim Salgueiro disse...

Quando desse jeito, gostaria de falar contigo outra vez (:

Cristiana Fonseca disse...

Belas palavras, lindamente rendadas
Abraços,
Cris

Anónimo disse...

Nem sempre as nossas caras-metades correspondem exactamente áquilo que nós idealizamos. Mas o amor acontece quando nos aceitamos e aceitarmos as nossas caras-metade na sua plenitude.