sábado, 29 de novembro de 2008

A sociedade contada às crianças

Serves-me o mundo em bandejas de prata.
Vivo infeliz, solitária, amarrada na corda
Dos amores e da leveza que não se cala
Do silêncio que, sendo faca, me corta o pensamento.

Reza a história feita de retalhos,
Cosidos pelas mãos calejadas da Natureza,
Que ia uma pobre criança servir à mesa
Da mãe que chorava alhos.

Sem coração, a mãe Ira
Que não deixava a filha Luxúria brilhar
Porque aos alhos queria que ela servisse
Sem que se deixasse apagar.

Um dia, a Luxúria disse basta.
Rezou ao Diabo e à Beleza
Infiltrou-se na sociedade e, concerteza,
Se deixou levar pelo que não presta.

Rapidamente apareceu a Vingança
E a Sensualidade percebeu que era uma boa aliada.
Ora sim, ora não, faziam apostas.
E cada vez, a Luxúria ficava mais baralhada.

Até que ela se fartou, e quis voltar para casa.
Mas os portões estavam fechados e a moradia, selada.
Então, a marota da Luxúria percebeu que
A Vingança e a Ira eram um dupla tramada.

Sem mais histórias e rodeios,
A Luxúria não fez mais nada.
Olhou-se no espelho e descobriu
Que, para além de um leve arrepio,
Podia encontrar-se, ali parada.

A Preguiça apareçeu rapidamente
(Quem diria?)
Os espelhos têm destas coisas.
Se te queres encontrar, acaricia o teu ego, e nele, o coração poisas.
Verás que rapidamente algo surgirá
Se o espelho decidir que essa, a tua sina, será.

[e mesmo assim, há tamta gentalha que não percebe...]

3 maneiras de ver a coisa:

Anónimo disse...

Também estou como tu, encontrou o meu refúgio em mim mesma. O pior disso é que depois te tornas uma pessoa mais arrogante e anti-social. Mas com a experiência que tenho de vida e com as pessoas que tenho conhecido, levo este provérbio na máxima: "Antes só, que mal acompanhado". É pena não ser sempre assim e termos muitas vezes que ter más companhias ao lado a tentar sugar as nossas vidas, porque não têm vida própria.

(Un)Hapiness disse...

mt bem...gostei de ler! :)

Anónimo disse...

Feliz Natal e um próspero Ano Novo!