Uma vez, assobiei ao Sol como queria ser feliz.
O Sol não me respondeu, apenas enterneceu o meu coração com os seus braços quentes.
No dia seguinte, repliquei, Ó Sol, por favor, ensina-me a ser feliz! Ensina-me a merecer o teu calor, a merecer a tua tranquilidade.
Ele ouviu-me.
Calmamente, desceu do seu trono, deu duas voltas ao meu corpo e, supreendentemente, pousou nas minhas mãos.
Disse-me para fazer dele o que quisesse. A decisão é tua, menina, assobiava.
Então, com muito cuidado, pu-lo dentro do bolso, para quando fosse a altura certa para ser feliz.
Isto passou-se há cerca de um ano. Desde aí, tenho vindo a soltar aos poucos um bocadinho de Sol.
Até que, há pouco menos de um mês, pensei, o Sol não pode ser todo para ti. Partilha-o com mais alguém.
Então, aquando do caminho da escola para casa, o vento soprou-me e eu voei. Voei com o Sol no bolso.
Solta-me, disse o Sol, Dar-te-ei toda a coragem que precisas.
E eu soltei o Sol no dia 7 de Março deste ano.
Desde aí, a noite já não me assusta, o medo já não me aflige e a mágoa não me afecta.
Porque, por incrível que pareça, o Sol deixou ficar um bocadinho de si dentro da minha algibeira.
Para que é que precisas do Sol, perguntas-me frequentemente.
Para poder partilhar os raios contigo, respondo com um sorriso.
E o Sol, o verdadeiro Sol, o Grande Sol, pisca-nos o olho lá de cima, de vez em quando.
Fizémos uma troca: ele é a minha coragem, a minha felicidade; eu sou a sua beleza, a sua liberdade, os seus sentimentos.
Juntos, formamos o mais difícil que há: o Amor.
Eu; tu; e o Sol.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Solarenga Vida
Pensada por Fernando d'Almeida no dia 4/02/2008
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2 maneiras de ver a coisa:
Olá cara amiga, escreves com um raro virtuosismo...ser ilhéu é mesmo assim...
Sabes?! No próximo sábado vou estar a pintar ao vivo na cidade da ribeira grande para angariar fundos para uma associação...
Doce beijo
Que bonito! Estou a ver que estás mesmo apaixonada e como esse amor fez brilhar a tua vida...
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