Sozinha na noite

Vislumbro na noite fria
Sóis amargurados de dor
Singela a alma, grande a rebeldia
Coração aos saltos, suspiro de amor.

Será esta a minha vida?
Vida alegre e de comoção?
Ou vida triste, triste lida
Que me sopra lágrimas de emoção?

Procuro-me na noite
Porém, sem me encontrar
Triste vento que passa
Triste chuva a chorar.

As árvores que sibilam
Ah! Se podessem falar...!
Escuto os seus sussuros
Como feridas a rebentar.

Enches-me de ti, vento mudo
Queres-me acorrentar
Ó sol, prende-me a ti!
Para o vento não me levar.

Gotejas palavras amargas
No quente da tua formusura
Por ti espero, encantada
Sendo infinita a tua procura.