domingo, 8 de junho de 2008

O moleiro

Moínho que roda ao sabor do vento
Pão quente, do moleiro
Amassado com mãos sujas,
Feridas de coração e vidas de enleio.

Lutando pelo interior ferido
Que as lágrimas teimam em quebrar
Triste sorte, triste amigo
Que nem tem um ombro para chorar.

Na rua do moínho
Onde, à janela, o pão espreita
Sai de lá um cheirinho...!
Sai de lá a minha alma rarefeita.

Rasgo o pão (ainda quente) com as mãos
Barro-o com manteiga, que derrete
Mentes sãs, corpos sãos
Nenhum deles é meu. Nenhuma delas promete.

Sou só uma núvem que passeia
Por entre o jardins do moínho.
Sou a alma que a chuva molha
Sou o coração bordado a linho.

Nestes passeios sem tempo
Desenho a minha vida a duas cores
Não acaba, (ou acaba de repente)
Sem oportunidade de saborear o pão de mil sabores.

2 maneiras de ver a coisa:

(Un)Hapiness disse...

lindo poema...retratas alguém que nunca lutou pela vida, alguém que não pode lutar, alguém que nada tem...

kiss

desculpa a ausência, mas ando muito ocupada...:S

Anónimo disse...

Gostei muito, mas muito do teu poema! Estás a melhorar bastante! Quem me dera escrever tão bem como tu, ou até metade! Porque comparados com os teus, os meus poemas são uma treta autêntica!