domingo, 5 de outubro de 2008

Filipa (ou o "emaramento" Global)

O teu código genético tirou-te a vontade de sonhar.
Enquanto ali estávamos, sentiste-te só contigo mesma. Eras só tu e tu. E a tua voz.
Mas ela teimava em não sair. Rompia-te a garganta. Fez-te sangue na cabeça. Choraste tanto. Tanto. Tanto.

Enfiaste o sonho numa Garrafa De Vidro e atiraste-a para longe.
Tiraste o teu curso de medicina, tiveste um maridinho, dois ou três filhotes e a tua vidinha resumiu-se à infantilidade de os sonhos não comandarem a vida. Coitada.

Enquanto isso... enquanto isso, aquela garrafa partiu-se.
E do teu sonho, fez-se o mar. As partes em terra? São diamantes em bruto. Sonhos ainda não desfeitos, cursos de medicina não tirados. À medida que os sonhos vão sendo engarrafados, a Terra vai-se enchendo de mar.
Contrariando a teoria do aquecimento Global.

5 maneiras de ver a coisa:

Anónimo disse...

Um turbilhão de sentimentos, emoções, de querer ou não querer... Mas com a garrafa sempre ao pé de mim... e aberta! Sei que vou tomar a escolha certa, ou não, e continuar sempre sobre os "diamantes em bruto".

Anónimo disse...

Nós temos que acreditar que os nossos sonhos são possíveis, pois só assim chegaremos mais além e mais perto do que queremos.
Sei que é difícil saber o que é de facto o melhor para nós, mas se nós não sabemos, muito menos os outros...
Mas há que manter a esperança! O segredo do sucesso está aí mesmo, na esperança...

Pedro Ventura disse...

Obrigado pela visita e comentário... Tenho só uma pergunta para Ti, se voltares ao meu Blogue vais verificar do lago inferior esquerdo que tenho um Espaço para os "Sites Amizade", qual dos Teus dois queres que lá ponha (tambem posso por os dois, lol) Fica Bem e continua a Sonhar...!

Beijos

Anónimo disse...

Não é só a Filipa, é mesmo o emaramento global, os outros que nos cortam as asas aqui e acolá, mas elas, teimosas, voltam a crescer, mais fortes e vigorosas. O problema é que não conseguiremos ter sempre mais asas para crescer e, se não nos decidirmos a voar com elas, elas vão estar tão ausentes como se da facto lá não estivessem... Não sei se fiz algum sentido, mas a verdade é que a altura das decisões é sempre o tribunal que define o nosso carácter...

Sara S. disse...

Uma boa perspectiva. Muitos de nós optamos por vias seguras ou vias que se tornam de certo modo obrigatórias para nós, esquecendo os nossos sonhos, os nossos desejos. E para onde vão eles? Para essas garrafinhas frágeis.
Beijinho