sábado, 11 de abril de 2009

Reserva-me

Tinha acabado de acordar e so pensei: "Vamos apaixonar-nos, amor?
Vamos ser frases feitas, vamos brilhar no escuro, vamos ser aquela luz? O que sentes por mim?"
O Outono veio e foi-se. E nós olhávamo-nos. Dizíamos adeus um ao outro, olhando os olhos de cada qual. E eu sabia que tu eras quente. E eu adorava aquele calorzinho, que desconhecia. Tinha saudades do futuro de nós. Tinha-nos saudades.
Uma vez, estava a dormir e alguém me segredou ao ouvido. Só abri um olho, com medo. Era Deus. Sempre achei que eras tu que o tinhas mandado. Sempre achei que tu eras o mentor de Deus. Mas eu nunca acreditei n'Ele.
Não percebi bem o que ele me disse. Qualquer coisa relacionada com tornozelos. Eu... Olha, voltei a adormecer. De manhã, achei que tinha sido um sonho. Não liguei.
Cheguei à paragem, no primeiro dia de Primavera. Estava um dia chuvoso. E lá foi o autocarro, bufando com todas aquelas pessoas. Procurei-te com os olhos, mas nem reparei se estavas lá ou não. Parecia que eu me estava a desvanecer, senti-me a desvanecer.
Levei um murro na cabeça e qualquer coisa aconteceu. Fui sugada por uma luz brilhante.
E pronto, naquele momento apercebi-me que se tinha passado o que se passa com todos. Foi aquele momento entre o acordar e o adormecer, em que todas as coisas são possíveis e em que os sonhos se misturam com a realidade. Foi um sonho? Foi. Tornado realidade? Sacrificarei qualquer coisa para saber o que me reserva. Dou toda a minha vida por um dia de ilusão.
Só um pensamento de ti... Só o teu pensamento em mim... Reserva-me.

[Desculpem a ausência. Grandes ventos aí vêm. Grandes desarranjos e modificações. Grandes corações se aproximam. Beijo àqueles que acompanham o louco]

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