sábado, 8 de março de 2008

Norte - Sul

Tempestuosos éram os tempos em que a relva baloiçava ao sabor do vento, em que os bancos do jardim éram ocupados por nada, em que tudo se mostrava obscuro e indiferente a quem passava.
Tempestuosos éram os tempos em que ríamos juntos, em que nos confessávamos um ao outro, em que falávamos dos nossos males de amor.
Tempestuosos éram os tempos em que a desilusão nos amolecia, em que, nas tardes de Verão, falávamos durante todo o tempo, sem, no entanto, descobrirmos que nos pertencíamos.

Tempos de luta inconsciente, foram esses.
Tempos de mágoa, de preto, de escuridão, de nada, foram esses.
Tempos de miséria, de calamidades, foram esses.

O vento mudou.
Anoiteceu.
A luz acendeu-se.

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