domingo, 15 de fevereiro de 2009

Ela saíu

Ela deixou a mãe. Tinha 17 anos e alguns dias, quando saíu de casa. Levava uma saia florida e uma camisola com folhos. Pôs a mochila às costas, beijou os pais e saíu.
Apanhou o combóio, percorreu Portugal até ao Porto. Instalou-se num hotel, durante uma noite, a pensar no que iria fazer. A pensar se iria tirar um curso numa universidade em Portugal, ou se iria para fora. Tinha todo o dinheiro que queria, isso não era problema. Quando amanheceu, ela já tinha tomado uma decisão: iria, naquele mesmo dia, para a Grécia. Comprou os bilhetes, e seguiu. Chegou lá. Cheirava a abssinto. Toda a Grécia cheirava a álcool. Ela estranhou, mas não se deixou abater. Procurou um quarto e instalou-se, outra vez. Fez um telefonema para a universidade, escolheu o curso e encostou-se, a dormitar.

A mãe, tão preocupada que estava por não saber da filha, ligou para todos os hospitais em Portugal. Não estava em nenhum. O pai, naquela noite, chegou bêbado a casa, sem sequer poder abrir os olhos. A mãe continuou sem saber dela, continuou sem notícias.

O primeiro dia de aulas foi complicado. Mas não muito. Estava a habituar-se à terriola alcoólica. Todos bebiam e passavam os dias na borga.

E a mãe preocupada, cá em Portugal.

(Lamento imenso a minha falta de inspiração hoje... Prometo que o futuro deste blogue será mais promissor...)

1 maneiras de ver a coisa:

Anónimo disse...

Porque será q vejo um pouco de ti neste pequeno texto?